Resenha do livro Televisão levada à sério de Arlindo Machado
Reinvenção do vídeo clipe
Hoje em dia é preciso prestar mais atenção nos vídeo clipes. Já se passou o tempo em que o formato áudio visual era usado somente para vender mais discos. Os novos clipes ultrapassaram essa barreira transformando-se em não mais em uma peça de marketing, mas sim em uma expressão artística. Ele aparece como um dos raros espaços aberto as mentalidades inventivas, capaz de continuar ou criar novas consequências ou atitudes experimentais criadas nos anos 20 (cinema vanguarda), anos 50-60 (cinema experimental) e nos anos 60-70 (vídeo arte). Apesar de hoje em dia ainda ter muitos clipes que são produzidos de forma banal, repetindo ainda modelos comerciais padronizados, conforme se pode ver nos canais televisivos como MTV e VH-1, também é verdade que alguns conformistas estão migrando para que os falantes chamem de music vídeo e redescobrindo os caminhos de invenção do áudio visual.
As razões para isso, são que de um certo ponto de vista, os vídeo clipes são uma forma de produção enxuta e concentrada, de custo baixo em relação as produções de filmes e programas de televisão com um amplo potencial de distribuição. Em contraponto graças ao vídeo clipe recursos tecnológicos e financeiros estão sendo alocados para produção de trabalhos abertamente experimentais, que comparado a pouco tempo atrás essas obras eram produzidas por conta de seus criadores. E o mais importante graças a musica pop (em que vídeo clipes está estruturalmente associado), pode-se dizer que talvez seja a primeira vez que os clipes com certas atitudes transgressivas chegam ao publico de massa.
Já faz algum tempo que personalidades do universo áudio visual estão experimentando o formato do vídeo clipe. Robert Breer é um exemplo trouxe a técnica de flipbook ou folioscópio, antes usado apenas em filmes experimentais de fácil acesso.
Essa lista de personalidades só está aumentando, agora também incluindo cineastas