Resenha - A Razão Populista (Introdução/Capítulo I)
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
RESENHA DO LIVRO “A RAZÃO POPULISTA” – INTRODUÇÃO / CAPÍTULO I
Resenha apresentada como exigência parcial para obtenção de nota na disciplina Sociologia da América Latina do curso de Relações Internacionais da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ministrada pelo professor Félix Ruiz Sánchez.
Anna Carolina Fernandes Spinardi / RA00105235
São Paulo
2014
Ernesto Laclau, de nacionalidade argentina, hoje professor da Universidade de Essex (Inglaterra), nos trás uma leitura instigante a cerca do populismo. Para o autor, o populismo “é uma lógica própria da construção política, e não [...] um tipo de ideologia, de anomalia ou mesmo de subdesenvolvimento irracional da democracia representativa” (pág. 11). Nas primeiras páginas de seu livro, ele aponta que um dos eventos mais importantes para a América Latina nos últimos 9 anos foi a consolidação de regimes nacional-populares, como é o caso da Venezuela, Equador, a Bolívia e a Argentina. E o Brasil é parte fundamental deste processo. Ainda, o autor destaca a importância de se diferenciar os conceitos institucionalismo e populismo, importantes para que se possa compreender o novo modelo latino-americano de democracia.
Segundo o autor, as instituições nunca são entidades neutras, ao contrário, representam a solidificação de relações de força entre os grupos, o que se pode denominar uma “situação de equilíbrio temporário entre eles” (pág. 20). O desfecho de tal afirmação designa-se pelo fato de que quando uma transformação social profunda começa a ser implementada, ela entrará em choque, em vários pontos, com a ordem institucional vigente, e esta se modificará em algum momento, inclusive as próprias Constituições. E esta força contra qual se ergue o institucionalismo extremo, assim definido pelo autor, é o que se chama de populismo. E isto que o