Resenha a onda
Os conceitos teóricos sobre os fenômenos grupais são abordados no Filme “A ONDA” e discutidos com base em fatos efetivamente ocorridos num passado recente – e não em uma metáfora.
Vivemos num mundo em que, a todo momento, são fragrantes as denúncias de manipulação da opinião pública. Se o líder é forte, carismático, as pessoas se anulam cada vez mais. É fácil seduzi-las com idéias de superioridade. Elas terminam por se eximir de sua responsabilidade. Passam a cumprir ordens, que são legitimadas pelo senso comum, como ocorreu na Alemanha no passado. „A Onda‟ é sobre educação, deseducação, sobre responsabilidade social [...]. (MERTEN, 2009).
Este ponto de vista é inteiramente corroborado pela análise do filme à luz dos conceitos da Dinâmica dos Grupos. A observação do mundo pós-moderno revela a presença de uma susceptibilidade a regimes autoritários e a fundamentalismos de vários tipos e cores. Em combinação com conjunturas de crise econômica, essa
susceptibilidade parece atingir especialmente as porções mais frágeis (econômica, social e emocionalmente) das populações, como os jovens. Entre estes, a descrença num futuro de oportunidades, a falta de perspectivas, o vazio de sentido criam um ambiente favorável para a eclosão de comportamentos radicais, fanáticos, excludentes e autoritários. O exame e a demonstração de como um movimento de caráter autoritário podem produzir rápida e eficientemente comporta, assim, um caráter pedagógico inequívoco. O filme “A Onda” é passível de análise sob o ponto de vista da dinâmica dos grupos humanos e admite uma clara compreensão de como os fenômenos grupais se articulam e se manifestam no nível do comportamento dos indivíduos. Alemanha atual. O professor de ensino médio Rainer Wenger (Jürgen Vogel) é designado para dar aulas sobre autocracia. Por suas crenças políticoideológicas, ele teria preferido o tema da anarquia. Na tentativa de motivar os
alunos, pouco interessados no tema, ele inicia