resenha A invenção das Ciências Modernas
STENGER, Isabelle – A Invenção das Ciências Modernas. São Paulo, Ed. 34.2002.
O texto se divide em três capítulos sendo que o primeiro deles (explorando), traz um relato sobre a formação de um novo campo da ciência nascido na Inglaterra há cerca de vinte anos, com evolução posterior aos países anglo-saxonicos estendendo-se até a França. Esse movimento ficou conhecido, dentre uma série de nomes, como sendo “Antropologia das Ciências” cujo princípio questiona a relação das ciências e a sociedade, priorizando o estudo das ciências deslocadas das preocupações do mundo, como sendo um projeto qualquer.
A autora relata ainda as contestações e as preocupações por parte de diversos pensadores da ciência em relação a esse novo posicionamento.Entende-se através da leitura, que se trata de uma questão que põe em jogo uma relação diferente entre o sujeito e o objeto, a partir da distinção entre as ciências de campo e as ciências de laboratório. Reza ainda que os instrumentos do cientista de campo, abrem-lhe a possibilidade de reunir os indícios que o orientarão na tentativa de reconstituir uma situação concreta. Segundo a autora, nem o indício nem o testemunho experimental podem ser considerados como neutros e independentes do autor, daquilo que se busca prever, pois um campo não vale por todos e não faz do autor um juiz. O que um campo permite afirmar, outro campo pode contradizer sem que por isso um dos testemunhos seja falso, ou sem que as duas situações possam ser julgadas intrinsecamente diferentes. Outras circunstâncias entram em jogo. O campo pode ser considerado como uma “invenção” por causa de inúmeros procedimentos que o codifica e o decifra, mas ainda assim o campo preexiste como estabilidade à sua decifração e à sua análise. A questão é que o campo não autoriza os seus representantes a fazê-lo existir fora dos locais em que já existe, nem os autoriza a provar quaisquer relações que permita