Resenha - A Ideologia do Trabalho

A Ideologia do Trabalho
Paulo Sérgio do Carmo No livro A Ideologia do Trabalho, Paulo Sérgio do Carmo busca elucidar o desenvolvimento do trabalho, desde sua “criação” até a forma atingida hoje, relacionando a evolução do trabalho com as mudanças da sociedade e com os fatores históricos que proporcionaram tais mudanças. Segundo o próprio autor, a finalidade da obra é “mostrar como o trabalho foi exaltado ou desprezado por diferentes classes sociais em diferentes épocas e nações”. O autor descreve a maneira como senhores feudais, dos donos de indústrias e os empregadores em geral tratam os trabalhadores. Além disso, enfatizou a necessidade de pregar uma ideologia, uma vez que esta influencia no desenvolvimento e na qualidade do serviço realizado, não podendo o trabalho ficar alheio a ela. Avessos ao trabalho, na antiga sociedade grega apenas os escravos trabalhavam para sustentar a elite, fazendo uso de utensílios rudimentares que muitas vezes poderiam prejudicar o operador. Na Grécia antiga, os escravos realizavam tarefas necessárias à manutenção da cidade e os cidadãos realizavam as atividades políticas. Já na idade média, pouca atenção foi dada ao tema, existindo em uma linha tênue entre trabalho e servidão. Como a economia era basicamente agrícola, o trabalho era realizado em pequenas comunidades e servia como forma de garantir a subsistência familiar, seguindo o ritmo ditado pelas chuvas. A visão religiosa influenciava muito no modo como o trabalho era visto, uma vez que o trabalho não era tido como algo nobre ou como fonte de satisfação, e sim como algo infindável e tedioso. O catolicismo considerava o trabalho como penitencia e o protestantismo como forma de obtenção de riquezas e de servir a Deus.
Já São Tomás de Aquino enxergava o trabalho apenas como forma de suprir as necessidades humanas, pois com essas necessidades suprimidas, o homem não teria obrigação de trabalhar.
A admiração pelo trabalho começa a surgir no período renascentista,