resenha a hora da estrela
Clarice Lispector foi escritora e jornalista, nascida em 10 de dezembro de 1920 na Ucrânia e naturalizada brasileira, denominava-se pernambucana. Famosa por sua literatura de tom sentimentalista estabelece em suas obras uma linguagem considerada ‘única’ por muitos críticos. Seu trabalho é complexo e identificado como o ponto mais alto da segunda fase do modernismo. Tem objetivo de atingir regiões mais profundas da mente de seus personagens para assim sondar complexos mecanismos psicológicos. Considerava-se, além de escritora, uma “sentidora”, pois colocava nas palavras tudo o que sentia. Publicou mais de 30 livros, dentre eles romances, contos, crônicas, entrevistas e livros infantis. Faleceu aos 56 anos, no dia 9 de dezembro de 1977, dois meses após o lançamento do livro “A Hora da Estrela”, que talvez seja considerado seu romance mais famoso. O livro começa com uma resenha de apresentação feita por Clarisse Fukelman, professora de Literatura Brasileira da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. As 18 primeiras páginas são tomadas pela apresentação, nada breve, a professora introduz o que vai ser falado e abre questões que serão respondidas no decorrer do livro. Logo após a apresentação, vem à dedicatória feita por Lispector, onde inicia com uma frase um pouco misteriosa: “Pois dedico esta coisa aí ao antigo Schumann e sua doce Clara que são hoje ossos, ai de nós.”, posteriormente dedica à sua vida, à vários sentimentos distintos, à ela mesma, e por fim à Deus. A linguagem narrativa de Clarice é, às vezes, intensamente lírica, apresentando muitas metáforas e outras figuras de estilo. É peculiaridade da autora a construção de frases inconclusas e outros desvios da sintaxe convencional, além da criação de alguns neologismos. O que primeiro se percebe na história, é a presença de um narrador homem, Clarice justifica tal fato, declarando que “uma mulher poderia