Resenha '' a geração sem palavras''
O texto ‘’a geração sem palavras’’ da autora aborda que o jovem em geral está tendo um vocabulário limitado e que quase não tem o costume de conversar. Eles vivem experiências idênticas, de modo que eles não têm o que comunicar um ao outro. Com isso, eles vão perdendo a capacidade de formular o pensamento e dialogar. Esta capacidade é que está se perdendo progressivamente. O homem continua cada vez mais incomunicável (porque deturpou o termo Comunicação), incompreendido e incompreensível porque voltou-se para dentro e se autoanalisa continuamente, mas não troca com os outros estas experiências individuais. Está “desaprendendo” a falar, usando somente o linguajar básico, essencial e os gestos. Não lê, não se enriquece, não se transmite. Quem não lê, não escreve. Assim, o homem do século xx, se torna cada vez mais individualista e solitário.
O REVÓLVER DO SENADOR
O Senador ainda estava na cama, lendo calmamente os jornais, e eram dez horas da manhã. Súbito ouve a voz do netinho de quatro anos de idade por detrás da folha aberta, bem junto de sua cabeça:
– Vovô, eu vou te matar.
Abaixou o jornal e viu, aterrorizado, que o menino empunhava com as duas mãos o revólver apanhado na gaveta da cabeceira. Sempre tivera a arma ali ao seu alcance, para qualquer eventualidade, carregada e com uma bala na agulha. Nunca essa eventualidade se dera na longa seqüência de riscos e tropeços que a política lhe proporcionara. No entanto, ali estava, agora, apanhado de surpresa, sob a mira de um revólver. O menino começou a rir de sua cara de espanto.
– Eu vou te matar – repetiu, dedinho já no gatilho.
O menor gesto precipitado e a arma dispararia.
Pensou em estender o braço e ao menos afastar o cano de sua testa, que já começava a porejar suor. Mas temeu o susto da criança, o dedo se contraindo no gatilho... Tentou falar e de seus lábios saíram apenas sons roufenhos e mal articulados.
– Não me mata não – gaguejou, afinal: –