Resenha a gangue está em campo
Vanderlon Santana de Araújo²
A Gangue Está em Campo de Phil Joanou, é um filme que traz à tona a vida e história de um grupo de adolescentes delinqüentes, saídos direto das ruas pesadas dos Estados Unidos da América para um reformatório, que ganham uma fonte de esperança, ao serem apresentados à chance de jogar futebol americano durante o tempo deles no centro de detenção juvenil. Fortes e em busca da redenção, eles procuram um meio melhor de expressar violência, enquanto Sean Porter (sócio-educador) ajuda a relação deles com a vida e com o esporte.
Sean Porter começa a questionar-se sobre seu papel dentro da unidade e resolve usar o esporte, numa tentativa de resgatar os valores morais, o reconhecimento e buscar a redenção. A Gangue Está em Campo usa o futebol americano para tratar de uma história verídica, tocando em assuntos como o redescobrimento de si mesmo e as escolhas que precisamos fazer. Não é nenhuma novidade. Só que para realizar tais objetivos, o treinador utiliza métodos tradicionalistas e até militaristas; para socioeducar os jovens, ele acaba transformando-se às vezes, em apenas mais um inimigo, esquecendo as ideias da socioeducação: humanização, valorização, paciência e amor.
O filme começa ótimo, com boas doses de drama e um clima cheio de adrenalina que entretém. Mas a fórmula logo afunda, transformando-se exatamente no esperado e revelando uma discussão vazia sobre a socioeducação através do esporte, com diálogos e cenas superficiais, utilizando clichês indesejáveis. As palavras ásperas são outro fator incansavelmente presente em praticamente toda a duração de duas horas; algo difícil de aceitar, quando estamos diante de um processo de ressocialização de jovens.
Enfim, o filme é profundamente problemático. Salvam-se algumas exceções, como, por exemplo, a penúltima partida onde um dos garotos salva outro garoto, mesmo pertencendo à outra gangue. É um filme inspirador, mesmo raso. Mas é aquela história