Resenha A Era Do Feudalismo
Georges Duby no capítulo VI da obra Guerreiros e Camponeses, trata de dar forma ao modelo que conhecemos como “feudalismo”. Toda conceituação é passível de críticas, e sempre há de ser, porque se não for, o trabalho do historiador cai por terra.
O chamado “sistema feudal” tem uma periodização não muito exata, haja vista que estudar um processo histórico de tal porte é complexo, já que este não foi formado numa relação linear de tempo e espaço. Para Duby, nas décadas antes e depois do ano 1000 é possível notar mudanças profundas nas sociedades europeias. Tais mudanças tiveram seu ritmo acelerado nos séculos IX e X, e maturou-se nos séculos XI e XII (na Gália e Germânia)1. Esse sistema foi estruturado por uma elite nobiliárquica que enriqueceu a partir de aventuras militares, que lhes proporcionavam riqueza a partir de saques e pilhagens.
Paradoxalmente (ou não) ao mesmo tempo em que o feudalismo atingia seu ápice, percebemos a lenta reconstrução de uma economia mais dinâmica, comercial muito em função da revitalização do uso das estradas pelos peregrinos, movimentando a economia por onde passavam2. Lenta ao ponto de um contemporâneo não perceber tais modificações. Como cita Duby3:
“Os sintomas deste desenvolvimento surgem lentamente. É notório que os cronistas que escreviam na Gália durante a primeira metade do século XI [...] não parecem ter consciência de qualquer progresso na civilização material à sua volta”
Tais percepções ainda são mais agravadas devido à própria ideologia predominante da época. Os meios de conhecimento estavam enfurnados nos mosteiros, fazendo com que apenas um número extremamente reduzido de pessoas pudesse ter acesso à tais documentos (criando uma elite intelectual eclesiástica). Interpretavam a história centrando-se na salvação da humanidade, o juízo final era iminente, assim, os relatos acerca dos avanços materiais eram deixados de lado.
Porém, nós historiadores, podemos usar tais