resenha- a casa e a rua

Resenha: A casa e rua, de Roberto Da Matta.

No texto a casa, a rua e o trabalho, Da Matta dividiu claramente a vida social brasileira em dois espaços fundamentais: o universo do lar e o universo da rua – onde a rua é o lugar em constante mutação ao contrário da tranquilidade da casa, o lar é a morada.
Em casa, os membros de uma família e de um grupo são como limites e fronteiras bem fechadas em que pessoas possuem as mesmas tendências e afinidades. A ideia de um destino em conjunto e de objetos, relações, valores resguardando a tradição, a honra e a vergonha. “De tal ordem que elas são uma ‘pessoa moral’, algo que age unitária e corporativamente, como um indivíduo entre outros.
Quando se fala de casa nos remetemos a um espaço profundamente totalizado na moral. Uma medida de vida social perpassada de realidades e valores múltiplos. Na casa, as pessoas se sentem realizadas como seres humanos no plano físico, moral e social. Esses membros tornam-se únicos e insubstituíveis num lugar marcado por distinções de gênero e idade.
Tudo que nos remete a casa é bom, belo, decente e de bem. Em contrapartida tudo que lembra rua é cabuloso, uma verdadeira selva de pedras onde reina a competição, confusão e desordem. Por isso, a casa tem uma importância fundamental como espaço moral importante e diferenciado que exprime uma rede complexa e fascinante de símbolos que são parte da cosmologia brasileira. Deve-se levar em conta que a casa e a rua não são meros espaços geográficos, são modos de ler, explicar e falar do mundo.
A rua é lugar de movimento, mas também de lazer, luta, competição, anonimato, individualidade se movendo sempre num fluxo de pessoas indiferenciadas e desconhecidas que se chamam povo e massa. Em casa somos reconhecidos como gente, nossa gente. Na rua há apenas grupos desarticulados de indivíduos que povoam as cidades e que remete à exploração e a uma ideia de cidadania e de trabalho que é negativa.
Para os brasileiros a rua tem uma perspectiva pela qual