Resenha do Livro A casa e a Rua - ANTROPOLOGIA
O enredo do livro (a casa e a rua) analisa categorias importantes para caracterizar a sociedade brasileira: casa, rua, cidadania, mulher e morte. A partir desses referenciais o livro traça um perfil da sociedade valendo-se de metáforas e exemplos para explicar seu ponto de vista. O estudo da sociedade brasileira, levando-se em consideração as conexões dos elementos que a formam, é o que de fato permite estudar esta, de modo mais aberto e captá-la em seu movimento.
O primeiro ponto tratado no livro refere-se às interpretações a respeito do indivíduo em espaços distintos. Nesse aspecto, a casa é local em que a pessoa é vista como única, levando-se em consideração as distintas dimensões que compõe o ser social em seu espaço privado, o que confere identidade a ela. Por outro lado, na rua, esse mesmo indivíduo não é visto de forma particularizada, mas sim como uma parte funcional de todo um sistema. Sendo assim, a casa é a localidade que permite o indivíduo manifestar sua opinião com mais eficácia, participando com mais efetividade das decisões. Já na rua, esse, está sujeito às decisões que compõe o sistema do qual ele faz parte, nesse caso, suas participações tendem a ser minimizadas. No segundo momento do livro trabalha-se a dinâmica de funcionamento da cidadania a partir de duas concepções distintas. A preconizada, que se refere a um tratamento e participação igualitária de todos aqueles que a compõe. E a cidadania real em que as relações interpessoais agem ora como facilitadoras, ora como barreiras ao conceito de cidadania. Dessa maneira, o autor leva a acreditar que existe de fato uma cidadania “mascarada” onde a rede de relações de uma pessoa determina a relevância do indivíduo no meio social, e por consequência, lhe confere cidadania.
Na sequência do livro percebe-se que o autor exemplifica a forma como se estabelece os elos entre as categorias trabalhadas na obra: a casa, a rua e o outro mundo, sendo este último um