Resenha Vale dos Esquecidos
Um dos movimentos propulsores deste conflito foi à marcha para o oeste, que visava a ocupação da região centro-oeste, para um desenvolvimento agrícola e proteção das áreas de fronteira. Com este movimento surgiram grandes fazendas, sem respeitar as áreas indígenas. Surge neste contexto à fazenda Suiá-Missú, a maior fazenda do Brasil com 1,5 milhões de hectares, criada por Ariosto Riva em sociedade com o grupo Ometto que recebeu um financiamento de 30 milhões de dólares da SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) na época graças a um documento da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) que atestava a inexistência de índios na região, o que não era verdade, pois aquela área se tratava de terra indígena ocupada pela tribo Xavante Maraiwãtsédé. Em 1966 os índios xavantes acabaram sendo retirados à força pelo governo militar brasileiro, transportados por aviões da FAB, foram transferidos para a missão de São Marcos, a cerca de 400 km de suas terras, onde sofreram uma epidemia de sarampo que dizimou um terço do grupo em duas semanas. A intenção do governo era liberar o espaço e permitir o avanço das frentes de ocupação do Centro Oeste e da Amazônia. Os xavantes só conseguiram retornar a uma parcela insignificante de seu território em 2004, depois de ficarem acampados por 10 meses à beira da estrada. Se estabelecendo na sede da fazenda Karu, dentro da terra indígena homologada em 1998, encontraram uma área cruelmente destruída. O desmatamento arrasou 85% de Maraiwãtsédé, ficando conhecida como a Terra Indígena mais devastada na Amazônia.
Os agentes envolvidos na disputa alegam que estão ocupando uma terra que antes era improdutiva a fim de conseguir seu meio de produção levando a propriedade adquirida a realmente atender sua função social, sendo de