Resenha do filme O Jogo do Rei
Por: Gisele de Almeida1
Originalmente chamado de “Kongekabale”, o filme dinamarquês do diretor Nikolaj Arcel conta a história de Ulrik Torp, um jornalista jovem e ambicioso que, no período de eleições parlamentares na Dinamarca, ganha uma posição de jornalista político na redação onde trabalha e se vê envolvido em uma acirrada luta pelo poder. O líder do principal partido, Aksel Brunn, se envolve em um grave acidente de carro e Ulrik se depara com uma disputa suja entre dois sucessores ao cargo. Um dos lados parece não temer o uso de mentiras e do espaço midiático para satisfazer seus interesses e o outro lado vive um dilema pessoal ao mesmo tempo em que luta pelo cargo.
Erik Dreyer é um dos sucessores ao cargo e, junto com seu assessor, arma um plano para tentar denegrir a imagem do marido de sua adversária, Lone Kjeldsen e destruir sua credibilidade. O assessor faz acusações falsas para Ulrik e uma fonte também plantada confirma tudo. O jornalista escreve uma matéria que recebe muitos elogios de seu editor e sai na primeira página do jornal. Contudo, Ulrik junta alguns pontos contraditórios e descobre o plano. A partir daí, ele vai atrás de fontes que comprovem a armação e tenta publicar suas descobertas no jornal. Em meio à toda a sua busca pela verdade, a história mentirosa estoura na mídia e um inocente acaba morto. Além disso, o jornalista é demitido do jornal e descobre que Dreyer foi ainda mais longe no jogo sujo e está encobrindo a morte cerebral do líder do partido. Ulrick segue na apuração dos fatos através de seus próprios métodos, mas nunca sozinho.
O longa possui uma narrativa bastante envolvente e expõe de forma bem franca os dilemas éticos pelos quais passam os profissionais de jornalismo, principalmente aqueles que escrevem sobre política. O filme quer passar a mensagem de que não importa de que lado esteja, sempre terá que escolher entre o que é mais cômodo e o mais justo. Ulrik, no papel de jornalista