Resenha: um discurso sobre as ciências
No texto Um Discurso sobre as Ciências, o autor Boaventura de Sousa Santos traz um conteúdo muito interessante, em que através de sua leitura podemos perceber as diversas formas em que a Ciência se apresenta para seus leitores. Mostra-se um texto complexo em que leitor deverá fazer várias leituras, pois só assim perceberá a essência de seu cunho científico e também verá que o autor demonstra bastante afinidade com o meio científico.
O autor divide o texto em três capítulos: o paradigma dominante, a crise do paradigma dominante e o paradigma emergente. Trabalhando a idéia de uma evidente crise nas ciências nos tempos atuais, e aos poucos ele expõe como a ciência falirá e como um novo espírito científico deverá substituí-la.
Em o paradigma dominante é traçada uma linha temporal entre os séculos XVI e XIX, onde o modelo de racionalidade científica é construído e ligado intimamente com as Ciências Naturais e somente estendido as Ciências Sociais a partir do século XIX, montado no modelo global de racionalidade científica. Tal modelo era totalitário na medida em que negava o caráter racional a todas as formas de conhecimento que não pautassem os princípios epistemológicos e regras metodológicas. Visa que todas as concepções de ciência social que se referem indiretamente pertencem ao paradigma da ciência moderna.
Com a crise do paradigma dominante vem o resultado interativo de uma pluralidade de condições. Distinguindo entre condições sociais e condições teóricas. O autor mostra a nova Ciência Moderna onde tem início com Einstein e a teoria da Relatividade da simultaneidade. Distinção entre a simultaneidade de acontecimentos presentes no mesmo lugar e simultaneidade de acontecimentos distantes (separados por distâncias astronômicas). A caracterização da crise do paradigma dominante traz consigo o perfil do paradigma emergente.
No paradigma emergente o autor apresenta um conjunto de teses: 1º Todo conhecimento científico-natural é