Resenha tempos modernos
Curiosamente, Tempos Modernos consegue ser atual o bastante ao ponto de, nem mesmo seu título perder-se ao longo das décadas. Certamente um homem à frente de seu era, Chaplin compôs um hino a sua época, tempo de grandes indústrias que encarceravam o homem, como também foi capaz de antever que a evolução, ao contrário do que certos ficcionistas gostavam de golfar, apertaria ainda mais os grilhões outrora estabelecidos pela Revolução Industrial. Logo, antes de tudo, a obra sobre a qual discorro é um verdadeiro retrato da sociedade ao longo dos anos que, mesmo consciente de seu “avanço regressivo”, continua ultrapassando fronteiras imaginárias que jamais serão quebradas. Enquanto alguns são aptos apenas a entrever a comédia pastelão ou o musical bem-humorado, o que Tempos Modernos fatalmente escancara é que o rumo das esteiras e do homem-mecanizado alcançará patamares cada vez mais desenfreados, e a tecnologia, levada aos quatro ventos como aliada, desponta mesmo é como termo que reduz à equação a uma só conclusão: o humano nunca foi tão escravo da máquina, e isso, potencialmente, tende apenas a aumentar.
Sábio que era, o