Resenha São Bernardo
Resenhado por Valdeniza Vasques
Graciliano Ramos, escritor brasileiro nascido em 1892 na cidade de Quebrangulo (AL), é considerado o melhor ficcionista do Modernismo. Suas obras tratam dos problemas sociais do Nordeste brasileiro, e se destacam pela crítica às relações humanas, configurando enredos de interesse universal. Entre seus trabalhos, destacam-se "Vidas Secas" (1938), "Memórias do Cárcere" (1953) e "São Bernardo" (1934). Este último retrata os efeitos do capitalismo selvagem na vida de um homem.
São Bernardo é narrado por Paulo Honório, um homem ambicioso que consegue subir na vida à custa de trapaças, através da exploração dos mais fracos. Ele decide escrever suas memórias, desde a infância pobre, passando pela aquisição da fazenda São Bernardo, símbolo maior de sua vitória, até seu casamento fracassado e seu fim solitário.
Dividida em 36 capítulos, a obra de Graciliano Ramos está situada na segunda fase do modernismo brasileiro; apesar de ser classificada como um romance psicológico, também é um retrato da sociedade rural, com seus conflitos sociais e políticos. É considerado um livro regionalista, no qual o autor foge da linguagem tradicional, utilizando-se da real linguagem regional, com expressões e termos tipicamente nordestinos.
A história começa com Paulo Honório relatando a necessidade de escrever para compreender, através das palavras, fatos de sua dura vida, suas atitudes e modo de ver o mundo. Começa pela infância difícil, da qual pouco se lembra; trabalhou até os dezoito anos puxando enxada na fazenda São Bernardo. Por causa de uma antiga amante, esfaqueou um homem e foi preso. Na cadeia aprendeu a ler e quando foi libertado, só pensava em ganhar dinheiro.
Com talento para os negócios, passou a viver de pequenos bicos pelo sertão. Adquiriu a fazenda São Bernardo aproveitando-se das fraquezas do dono, Luís Padilha. Desonesto, Paulo Honório não hesitou em intimidar