Resenha sobre o filme "O Julgamento de Nuremberg"
Em “O julgamento de Nuremberg” é mostrado com perfeição como o ser humano é manipulável e que quando pressionado, como foi o juiz Ernst Janning, pode fazer coisas que jamais faria em uma situação normal, como no período pré-guerra. Este era admirado e respeitado no meio jurídico não só alemão, como mundial. Entretanto, como ele mesmo fala, omitiu-se da situação e passou a “dançar conforme a música”, sendo conivente com os absurdos e atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich, como a esterilização de “incapazes”, na perseguição de minorias, dentre outras barbáries.
Fatos como o da personagem Irene Hofmman evidenciaram a omissão e, em alguns casos de completo e incondicional apoio ao regime nazista, como é observado na postura do réu Emil Hahn diante do caso. Outros, como o magistrado Friedrich Hofstetter, procuravam legitimar suas ações através do dogmatismo jurídico, nesse ponto podemos associar tais atitudes ao pensamento kelseniano, pois o magistrado não preocupa-se se a lei é justa, preocupa-se tão somente em aplicá-la. Dentre os réus, por fim, temos o jurista Werner Lampe, que representa a parcela dos juristas que colocaram interesses pessoais acima do bem comum, como cita o réu Ernst Janning em certa altura do filme.
Faz-se mister destacar a atuação tanto da promotoria, quanto da defesa. Esta, representada pelo brilhante