Resenha sobre o filme Tiros em Columbine
“Tiros em Columbine” é um documentário de 2003, dirigido pelo cineasta Michael Moore, ganhador do Oscar no mesmo ano. Desenvolvendo-se a partir da temática central do armamento na sociedade estadunidense, visto a partir da perspectiva da tragédia na cidade de Littleton onde dois alunos entraram armados em uma escola e mataram doze alunos e uma professora, o documentário se desdobra e vislumbra diversos assuntos de importância crucial para o entendimento do funcionamento da sociedade Americana, tais como, o impacto da mídia na formação de opinião (uma opinião de massa, que impede o indivíduo de realmente refletir sobre o que está assistindo ou lendo); a velada (ou talvez não tão velada, mas pelo menos legalmente proibida) segregação ainda existente que marginaliza os negros; a questão do bullying que gera indivíduos não integrados socialmente e sedentos de vingança pelas constantes injustiças que sofrem e, um assunto vital, que é a legalidade da posse de armas nos EUA e todas as consequências negativas que esta legalidade produz.
Em seu texto “Conflitos, Integração e Mudanças sociais”, Ana Lúcia Sabadell conceitua “anomia”, depreendendo três significados prevalecentes, todos oriundos da ideia principal de “ausência de regras”. O primeiro se refere à ilegalidade, isto é, aos indivíduos que transgridem às normas por não se adequarem à estrutura social, sem nenhuma “ideologia” por trás desta transgressão. O segundo tem a ver com a questão justamente do conflito entre normas, ou seja, o indivíduo acredita que pode transgredir determinada regra por estar seguindo outra norma a qual ele julga mais importante. E por fim, existe a crise de valores que leva um grande grupo de pessoas a questionar as regras sociais existentes e clamar por uma modificação nas mesmas, há uma espécie de “quebra” da organização social, porque a mesma já não atende às necessidades dos componentes da