Resenha sobre a Vênus Hotentote
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Professora Simone Klein
Disciplina Corporeidade e cultura
Resenha sobre o artigo 3: O corpo do outro.
Construções raciais e imagens de controle do corpo
Feminino negro: O caso da Vênus Hotentote
Tamara Macedo Pereira
Gravataí, 2013
O artigo sobre o caso da Vênus Hotentote conta a história de uma jovem negra khoi-san, sul africana, que devido a sua pequena estatura aliada as curvas de seu corpo, com avantajadas nádegas foi obrigada a se tornar um objeto de conhecimento, estudos e exposição, pois ela era totalmente diferente do padrão europeu e assim foi se tornando uma curiosidade pra eles, despertando neles interesse científico sobre o seu corpo. Assim perdeu o poder de conhecer e nomear a si mesma. Sarah Baartman, seu verdadeiro nome, deixou de existir como “pessoa” e tornou-se conhecida e representada através de termos binários como primitiva, selvagem e animal. O corpo da mulher negra que serve para construir e solidificar o conceito de raça entre os cientistas. Sarah deu corpo á teoria racista. Segundo Gilman (1985) o discurso científico construiu o conceito de negritude e de racismo a partir da diferenciação do corpo feminino negro pensado como anormal, desviante em relação ao corpo masculino europeu. Não se sabe certamente a causa de sua morte, mas Cuvier afirma que após contrair uma doença contagiosa, Sarah bebe até sua morte. Ela resolveu destruir-se, pois assim ela demonstrava que ainda tinha poder sobre o seu próprio corpo e resgatava tragicamente sua autenticidade, depois de ter vivido por anos como um animal de demonstração. Esta história nos mostra que o preconceito racial se aprimorou e foi pelo corpo de Sarah que nasceu o conceito moderno de raça, onde os europeus acreditam que os negros tinham o corpo diferente além da cor da pele.