RESENHA SENNET C. DO CARÁTER
As superficialidades da sociedade moderna são as mais degradadoras do comportamento humano. Um dos motivos para essa superficialidade degradante é a desorganização do tempo, originado pelo trabalho moderno, uma vez que a trajetória da atual economia política é continuamente replanejada. Detesta a rotina e o curto prazo. Tentando descobrir a profundidade do tempo abaixo da superfície, as relações humanas são desprovidas de objetivos duráveis. A ética do trabalho é a arena em que mais se contesta hoje em dia, essa profundidade. Ética de trabalho, como é vista hoje, depende de instituições suficientemente estáveis para a pessoa praticar a experiência da profundidade - experiência esta que é entendida como um adiantamento na vida dos trabalhadores.
Num regime cujas instituições mudam rapidamente, a satisfação pelo trabalho adiado, por exemplo, perde seu valor. A seriedade da velha ética de trabalho como foi vista por estudiosos, impunha pesados fardos ao eu trabalhador. As pessoas tentavam provar seu próprio valor pelo seu trabalho em forma de "ascetismo leigo", como o chamou Max Weber. O adiamento da satisfação podia tornar-se uma prática profundamente autodestrutiva. Mas a alternativa moderna para a longa disciplina de tempo, não é um verdadeiro remédio para essa autonegação. A moderna ética do trabalho concentra-se no trabalho de equipe, pois acima de tudo, o trabalho em equipe enfatiza a adaptabilidade às circunstâncias. Neste sentido, o trabalho de equipe é a ética de trabalho que serve a uma economia política flexível. Apesar de todo o arquejar psicológico da administração moderna sobre o trabalho de equipe, no escritório e na fábrica, é o etos de trabalho que permanece na superfície da experiência. Então, trabalho de equipe é a prática de grupo da superficialidade degradante.
A velha ética do trabalho baseava-se na prática voluntária, auto-imposta, que na simples submissão passiva a