Resenha Crítica "A Corrosão do Caráter"
Acadêmicas: Camila Cristina Senger e Talita Andressa Losso
Sennett (2006), em seu livro A Corrosão do Caráter, aborda a questão do “capitalismo flexível”, no qual enfatiza-se a flexibilidade. Assim, são atacadas as formas rígidas de burocracia e os males da rotina cega. Espera-se dos trabalhadores que sejam ágeis, que estejam abertos a mudanças a curto prazo, assumam riscos e dependam menos dos procedimentos formais e das leis. Atualmente, usa-se a flexibilidade como uma maneira de erguer a maldição do capitalismo opressor. Fala-se que atacando a rígida burocracia e enfatizando o risco, as pessoas têm mais liberdade para moldar suas vidas, devido a flexibilidade. Pode-se dizer também que o capitalismo é um sistema de poder que muitas vezes não é legível.
De acordo com o autor, Guareschi et al (2003), o “novo trabalhador” que está inserido na produção flexível, apresenta características diferenciadas das exigidas anteriormente, e algumas vezes conflitantes entre si, exigindo cada vez mais a imaginação, subjetividade, criatividade e flexibilidade do trabalhador.
Sennett (2006), trata o termo caráter como sendo aquilo que está concentrado, sobretudo, no aspecto a longo prazo da experiência emocional. Também, são os traços pessoais, os quais nós damos valor e que buscamos que os outros nos valorizem.
No primeiro capítulo, entitulado Deriva, Sennett (2006) conta a história de um faxineiro chamado Enrico, um homem simples, que queria uma vida melhor para os filhos e família. Havia conquistado várias coisas durante a vida, e principalmente uma história para si mesmo, em que a experiência se acumulava física e materialmente. Ele era o autor da sua vida, o que lhe dava um senso de respeito próprio. Seu filho Rico havia estudado engenharia elétrica, casou-se e era bem sucedido e mudava-se muito por conta do trabalho. Porém Rico tinha medo da perda de controle do tempo. Temia que a maneira como tinha que