RESENHA saude mental e trabalho um campo de estudo em construção
NEVES,M. SILVA, e ATAYDE, M.. Saúde mental e trabalho: um campo de estudo em construção. In: Cenários do trabalho: subjetividade, movimento e enigma. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
Primeiro é necessário que analisemos como o trabalho vem sendo utilizado como ocupante da centralidade na investigação da vida social, isto se daria porque este seria entendido como intermediador entre homem, sociedade e natureza, sendo considerado a essência, o que faz o homem “verdadeiramente humano”, o homem através de sua ação, de seu trabalho cria a sociedade, mas também é por ela criado. Tudo isso demonstra como o trabalho está relacionado ao estabelecimento da subjetividade humana.
Data aproximadamente de 1950 as pesquisas em saúde do trabalhador, seguindo linhas diferentes, a primeira de grande vulto a se destacar fora a teoria do estresse ou Síndrome de Burnout enfatizando a relação dos aspectos físicos do trabalhador e do ambiente de trabalho. Também surgem estudos fundamentados na ergonomia e na medicina social, que pretendem compreender as inter-relações existentes entre o ambiente e a organização do trabalho, teorizam sobre a carga de trabalho, entendendo essa como causadora de danos ao bem-estar do trabalhador e como superveniente da união de aspectos ligados ao processo de trabalho, com o corpo do trabalhador. Wisner (1987) subdivide a carga do trabalho em física, cognitiva e psíquica , todas socialmente construídas, sendo a ultima subdividida em sobrecarga, caracterizando um estado de tesão continuada e subcarga, uma estagnação no desenvolvimento e no uso da capacidade psíquica. Outra questão que se apresenta é a relação entre trabalho prescrito e trabalho real, a continua relação de ressignificações para a execução da atividade. A crise no modelo fordista de produção, também propiciara mudanças na organização, chamadas de neo-teylorismo fordismo, ou de especialização flexível, os