A arte de ser (e manter-se) jornalista "Tal como existem hoje, tudo indica que morrerão. Só não me arrisco a dizer quando." Com afirmações, previsões e declarações como esta (polêmicas ou nem tanto), o livro "A arte de fazer um jornal diário" (Editora Contexto, 2002, 174 páginas) promete servir como fonte de argumentos contra os jornais atuais e uma leitura de utilidade para qualquer um que se interesse pelo jornalismo. Apesar de curto e de leitura rápida, o mesmo parece conseguir informar, aconselhar e entreter com sucesso o seu leitor. Encomendado por parte da Editora Contexto a Ricardo Noblat, o livro parece, em primeira instância, ser fruto de uma conversão de acontecimentos um tanto quanto sugestivos. Em outubro de 2001, um enfrentamento do “Correio Braziliense” (DF) com o então governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (na época também candidato à reeleição), reverberou no comando dos Diários Associados, grupo que controlava o jornal. O resultado do episódio foi a saída de Noblat, que estava em seu comando havia oito anos e que foi peça chave na transformação do mesmo em referência nacional. Lançado em 2002, "A arte de fazer um jornal diário" – que dedica um capítulo inteiro à reforma feita no Correio - trata de questões desde o passado, presente e futuro do jornal impresso, a montagem do mesmo e a construção de uma reportagem até a ética por trás da profissão. Grande ênfase é dada a esse último tema, a partir do qual o autor estabelece quais seriam os grandes deveres de todo o jornalista. Pontos altos da obra incluem um diálogo imaginário entre um jornalista e um cidadão, o qual serve bem o seu papel introdutório aos assuntos tratados durante a mesma. Ao fazer do último um veículo de perguntas pertinentes que nos levam a uma determinada (e extrema) linha de raciocínio e do primeiro um epítome do profissional do meio, o autor consegue atiçar a curiosidade do leitor na medida em que primeiro impacta, depois explica. Outro chamariz são