Resenha: Prometeu Acorrentado
Por Renan de Oliveira Souza
Estúdio Digital Belas Artes
TURMA 30
Prometeu Acorrentado (gr. Προμηθεύς Δεσμώτης) é a única tragédia esquiliana que sobreviveu de uma trilogia que teria tido, na ordem de apresentação, Prometeu Acorrentado, Prometeu Libertado e Prometeu Portador do Fogo. O nome do drama satírico não é conhecido. A atribuição desta tragédia a Ésquilo é ainda contestada por alguns eruditos e a data de composição é igualmente incerta. Os que defendem a autoria de Ésquilo (a maioria) situam-na pouco antes da Orestéia, entre -462 e -459; os demais acreditam que a peça foi composta anos depois da morte do poeta, entre -450 e -425.
Hipótese:
Zeus, rei dos deuses e dos homens, acabara de assumir o poder após a titanomaquia. Soberano despótico, manda acorrentar em um rochedo Prometeu, seu antigo aliado, culpado de muitos "crimes" a favor dos mortais: roubar o fogo dos deuses para dá-lo aos homens é apenas o mais grave dentre eles.
Prometeu é, porém, guardião de um importante segredo que ameaça o reinado de Zeus. Diante de sua recusa em revelá-lo, é condenado a um castigo ainda mais severo.
Todos os personagens são divinos: a tragédia é uma teomaquia, i.e., uma disputa entre os próprios deuses. Há um intenso conflito de personalidade entre Prometeu e Zeus, este ausente do palco.
Mise en scène
A cena se passa na Cítia, situada por Heródoto a nordeste do Mar Negro. Segundo um antigo comentador da peça, Prometeu havia sido aprisionado por Zeus há mais de 30.000 anos...
O cenário e a encenação original desta peça tem sido fonte de grandes controvérsias, a maioria ainda por resolver: a posição do rochedo onde Prometeu estava acorrentado, o local em que ficava o coro, a carruagem que trazia as oceânides à orquestra, um mecanismo que representava o animal que Oceano cavalgava ao chegar, o uso de um manequim para representar Prometeu na cena inicial...
Acredita-se que o protagonista representava Prometeu e