Prometeu acorrentado
E as funções da tragédia diante da moral grega
Resumo
A proposta desse projeto é discutir, elaborar e elencar pontos para relacionar, na obra de Ésquilo, elementos moralizantes contidos dentro da tragédia grega, onde o conflito da peça se dá através da disputa entre os deuses, onde a discussão da sentença concedida a Prometeu por ter cedido à humanidade o fogo divino é o ponto chave da obra. Esse trabalho também irá propor uma analise de como a peça se posiciona em relação à criação da cultura e a condição humana, elementos talvez subjetivos dentro da obra.
1. Introdução
A obra de Ésquilo inicia-se com o aprisionamento de Prometeu em uma rocha pelo deus Hefesto, sendo esse, supervisionado por Cratos (Poder). Hefesto segue as ordens de Zeus contra sua vontade e tenta justificar seus atos a Prometeu, que se lamenta durante a sentença, mas diz que já havia previsto seu destino e que Zeus futuramente irá precisar de sua ajuda e sofrerá as conseqüências de seus atos.
Prometeu recebe a visita de Oceano que tenta convencê-lo a implorar por piedade a Zeus, e diz que também aparecerá para o deus dos deuses em seu favor, mas Prometeu orgulhoso, recusa a proposta de ajuda, alegando que Zeus não perdoará nem a ele nem a Oceano por lhe prestar auxílio, optando pela não intervenção do titã.
O Coro aparece, e novamente lamenta o destino de Prometeu, onde na passagem ele conta que todas as artes vieram aos homens através dele: a construção de casas e navios, a domesticação de animais, a escrita, os números, os remédios, a adivinhação, etc. O Coro enfatiza o quanto é perigoso contrariar Zeus.
Prometeu recebe ainda a visita de Io, uma jovem por quem Zeus se apaixonara, sendo ela assim, castigada por Hera, mulher de Zeus. Io vive mudando de morada e sendo perseguida por uma espécie de besouro, que não a deixa ficar em qualquer lugar. Ela conta a Prometeu e ao Coro suas desventuras, e Prometeu revela as coisas que irão acontecer até que ela