Resenha Polifonia Urbana
FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO.
Disciplina: Fundamentos Socioeconômicos II
POLIFONIA URBANA: IMAGENS E REPRESENTAÇÕES – Bauru 1950 – 1980 (Capítulo 3)
Célio José Losnak. Editora Edusc, 2004, Bauru.
RESENHA: UMA IDEIA SEM PENSAR NAS CONSEQUÊNCIAS
O livro de Célio José Losnak dialoga sobre a cidade de Bauru no período de 1950 a 1980. Esse período foi marcado por intenso crescimento econômico, por maior participação do capital nacional e internacional e por uma intensificação do processo de industrialização por meio do investimento do Estado.
Bauru teve dois principais líderes políticos de 1950 a 1980, sendo eles Avallone Jr. e Alcides Franciscato. O primeiro esteve à frente da administração da cidade no período de 1950 até 1960, enquanto o segundo governou a cidade de 1960 até 1980. Ambos compartilhavam de um discurso nacional desenvolvimentista e o foco principal de suas políticas era a industrialização. A imprensa foi o palco para a apresentação de suas ideias e propostas, sendo a ligação deles com o público, ou seja, a sociedade.
A industrialização tornou-se enfoque político em todo o país. Ela era vista como um sinônimo de modernização. Juscelino Kubitscheck, com a construção de Brasília, foi uma espécie de “agente modernizador da sociedade brasileira”. Com isso, influenciou muitos outros governantes e difundiu essa ideia de que, juntamente com a indústria, viria a modernidade. Em Bauru não foi diferente; os dois governantes associavam a industrialização à um suposto progresso, que conduziria à uma modernização da cidade e da própria sociedade e isso, na verdade, é só uma das facetas da industrialização. Em uma reportagem da época, Bauru é intitulada de cidade “cosmopolita”, reforçando-nos a mentalidade da época. Muitos jornais colocavam também a indústria como “salvadora” da cidade, ou seja, ela serviria para melhorar as condições de Bauru e até do povo bauruense.