Tecnica e desenvolvimento
Resenha:
Cláudia de Oliveira, Monica Pimenta Velloso, Vera Lins O moderno em revistas: representações do Rio de Janeiro de 1890 a 1930.
Rio de Janeiro, Garamond, 2010
Rogério Souza Silva Prof. - Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Doutorando - História Social - PUC-SP.
As revistas (fossem elas ilustradas ou não), em parte significativa do século XIX e nas primeiras décadas do XX, se constituíram em verdadeiras porta-vozes dos valores daqueles momentos históricos em que o Ocidente e o mundo sob sua influência direta ou indireta, viviam um momento de extremo otimismo no diz respeito aos conceitos de civilização, progresso, capital ou, em uma palavra, modernidade. O aumento do papel da imprensa nesse mundo e o avanço das técnicas tipográficas deram a esse tipo de publicação, em diversos lugares, um protagonismo na difusão de valores e na discussão de ideias. Esse é o contexto do livro O moderno em revistas: representações do Rio de Janeiro de 1890 a 1930, escrito por Cláudia de Oliveira, Monica Pimenta Velloso e Vera Lins. As três autoras exploram o espaço-tempo do Rio de Janeiro durante a Primeira República e mostram como as diferentes revistas do período dialogaram com os modelos de modernidade que inspiravam os sonhos das elites de então. No capítulo Em revistas, o simbolismo e a virada de século, Vera Lins discute a ligação profunda entre os movimentos literários e as revistas. Era comum nessas publicações a presença majoritária de determinadas correntes literárias na sua direção. A autora destaca o simbolismo e a oposição desse grupo a ideia de um mundo já dominado pela mercadoria e a sua adesão à arte como uma aventura absoluta. Títulos como, Revista Contemporânea, Rosa-Cruz, Atheneia (esses três primeiros tendo a predominância de textos), Mercúrio e Pierrot (optando por caricaturas) expuseram em suas páginas questões própria do simbolismo.