Resenha pelas mãos de alice - a zona fronteiriça
No último tópico do capítulo 6, intitulado A cultura de fronteira, ao qual tomarei como referência, o autor trava uma discussão e reflexão acerca da posição de Portugal quanto aos seus fatores culturais. Primeiramente apresenta a realidade portuguesa quanto ao seu posicionamento no cenário cultural europeu. O autor afirma que Portugal teve uma certa dificuldade no seu posicionamento cultural, não conseguindo estruturar e definir a sua cultura nacional, dificultando o processo de estabelecer com clareza suas características e se diferenciar de outras culturas nacionais europeias.
Dentro desse tópico, o autor trabalha com duas hipóteses. A primeira de que Portugal não tem uma verdadeira referência cultural, perdendo-se no aspecto transitório entre as bases do país e de sua colônia brasileira, adotando atitudes periféricas aos olhos de outros países da europas provenientes dessa falta de caracterizações da identidade cultural do país. A segunda de que os países colonizados, ou de grande influência portuguesa, como o Brasil e os países lusófonos do continente africano, respectivamente, herdaram, de maneira diferenciada essa mesma concepção cultural fronteiriça, não definindo de maneira substancial os seus aspectos culturais. Santos exemplifica tal afirmação falando sobre o processo do Brasil se utilizar dessa transição fronteiriça para usar Portugal como passaporte para o contato com a cultura europeia, pela elite cultural no Brasil do século XVIII.
Sobre essas concepções culturais repassadas a esses países, Santos afirma terem sido impostas de forma violenta por parte de Portugal que com o passar do tempo foi aceita muito mais por atitudes de omissão da colônia do que pela existência de atividades de ações culturais portuguesas efetivas.
Essa zona fronteiriça é um termo