Resenha "parceiros do rio bonito"
Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Departamento de Sociologia
FLS 0523 – Temas da Sociologia Brasileira
Docente: Professor Dr. Luís Carlos Jackson
Discente: Teófilo Joaquim da Silva Junior
N° USP: 5337530
Resenha sobre a obra “Os parceiros do Rio Bonito”, de Antônio Cândido.
Para Marx a sociedade de sua época caminhava para se caracterizar pela necessidade de aumentar incessantemente a massa de produtos comercializáveis, transformando, no limite, tudo em mercadoria, pela ampliação do espaço geográfico a fim de que mais populações participassem do modo de produção capitalista, e pela tendência de se criar permanentemente novos bens e novas necessidades. O sistema de acumulação ilimitada de riqueza estava em pleno curso.
A obra de Antônio Cândido parece confirmar as “previsões de Marx”. Sua descrição do mundo rural busca compreendê-lo como um modo de vida e um modo de pensar que tem sua referência nas atividades agrícolas e pecuárias, mas que subsiste mesmo pressionada pelo modo de produção capitalista. Sua constituição, ainda que precária, luta fortemente para manter-se. Tal fato para Peter Berger é uma característica dos mundos construídos pelo homem, são mundos sempre precários. Berger afirma, no entanto, que a luta para impedir que o sistema entre em colapso, que se estabeleça o caos ou anomia, os grupos sociais tendem com toda a força a buscar a manutenção do seu modo de vida.
A sociologia de Cândido, objetiva propor uma interpretação sociológica da vida social dos grupos sociais rurais. Sua chamada “sociologia dos meios de subsistência” tem ponto de partida na questão da forma de obtenção das principais fontes de alimento para interpretar as diversas dimensões da vida social.
O autor descreve de uma maneira bem estruturada a forma de subsistência e as instituições políticas das populações rurais. Passando pelas variadas formas de subsistência, Cândido faz uma espécie de inventário das relações daqueles