Resenha - PARA UMA POLÍTICA DA AMIZADE, F. Ortega
“PARA UMA POLÍTICA DA AMIZADE” – Francisco Ortega
Em sua obra, “Para uma política da Amizade”, Francisco Ortega pretende apresentar uma “alternativa à despolitização, ao esvaziamento politico do espaço público, característico da sociedade contemporânea”. O autor propõe a amizade como uma nova forma de sociabilidade e a importância da mesma na reflexão politica tendo como base os textos de Foucault, Derrida e Hannah Arendt.
No capítulo “Esvaziamento do Político – Reinvenção do Espaço Público”, o autor inicia sua reflexão sobre o tema condenando a democracia representativa embasado em um texto de Danilo Zolo (1992). As críticas se voltam para o que o autor acredita ser uma “fantasia da democracia”, onde o principio democrático seria uma forma de legitimar o poder das elites oligárquicas que concorrem pelo poder. O autor comenta também a questão das promessas não cumpridas, que demonstra uma apatia e conformismo generalizado na sociedade democrática.
Assim, Ortega põe em jogo a validade universal do sistema politico adotado desde o fim da Guerra Fria. Ressaltando a impotência característica a nossa sociedade, o autor acredita que essa forma de poder só está em exercício por uma “falta de imaginação política” e um receio pelas coisas que não se conhecem como “pensamentos que não foram tentados e formas de comunidades não experimentadas”.
Ortega traz as reflexões de Arendt para seu texto iniciando um pensamento sobre a dependência do sistema partidário para a politica atual que impede o indivíduo de participar ativamente dos assuntos políticos. A questão partidária torna a política um “superespectáculo midiático” com manipulação de candidatos se constituindo em uma forma eficaz de controle de poder popular. Outra reflexão junto à teórica política traz a discussão o afastamento da política do espaço privado e, na esfera do espaço público, sua transformação em uma máquina burocrática com uma forma de governo na qual ninguém governa.
Na parte “Ação