Resenha: os viajantes e a biogeografia
Programa de Pós-Graduação Mestrado em Geografia – PPGG
RESENHA:
Os viajantes e a biogeografia
Nelson Papavero e Dante Martins Teixeira
Larissa Helena Barboza Pinheiro
Abril, 2012
RESENHA:
PAPAVERO, N. e TEIXEIRA, D. M. Os viajantes e a biogeografia. História,
Ciências, Saúde – Manguinhos, vol. VIII (suplemento). 1015-37. 2001.
O texto, dividido em nove partes, trata-se de uma revisão bibliográfica a respeito dos padrões de distribuição geográfica das espécies, tomando como base publicações de viajantes naturalistas durante o período de dominação holandesa no Brasil, e mostra como os impactos causados pela ocupação do homem podem ter modificado esses padrões.
Na primeira parte do texto, os autores conceituam os termos
“criacionismo” e “traducianismo”, adaptados à biogeografia por Papavero e
Balsa (1986), expondo que o primeiro versa sobre a existência de um único centro de origem e dispersão e o último sobre a existência de múltiplos centros de origem.
Na segunda parte, os autores discutem a primeira teoria criada sobre a origem e dispersão das espécies, constante no livro do Gênesis da Bíblia
Sagrada. Segundo eles, essa teoria é traducianista, uma vez que considera como centros de origem o Éden, centro de origem primordial, o Ararat e Babel, centros de origem secundários. Desses centros de origem as espécies teriam se dispersado e povoado a terra e durante essa dispersão sofreram mudanças provocadas pela influência do meio. Essa teoria prevaleceu até pelo menos o século XVIII, onde em seguida passou a ser questionada por vários pensadores da época, como por exemplo, santo Agostinh o que questionou se todas as espécies foram transportadas na arca ou apenas espécies de vertebrados bissexuados de fecundação cruzada.
Na terceira parte, os autores fazem referência à outra questão levantada na época sobre a teoria: como animais que não podem atravessar grandes extensões de mares