Resenha: moça com brinco de pérola
Eu adoro quando ficção e história se encontram em um romance bem escrito. Moça com brinco de Pérola é a obra mais famosa e misteriosa do pintor holandês Johannes Vermeer, ninguém sabe quem é a moça e o mais intigrante, é que Vermeer não pintava retratos e sim cenas de interiores em sua maioria. A expressão ambígua da moça no quadro, fez com que muitos aclamassem o quadro como Monalisa Holandesa.
Griet está com dezesseis anos, mora com seus pais e irmã mais nova, após um acidente no trabalho do pai - que é pintor de azuleijos -, ele ficou cego e já não pode mais sustentar a família, por isso, Griet é contratada como criada da família Vermeer para limpar seu ateliê sem retirar nada do lugar e outros cuidados com a casa, por isso, ela se muda para a casa dos Vermeer e só pode visitar seus pais e irmã aos domingos.
Por ser uma garota educada de acordo com as tradições protestantes, Griet é muito recatada, religiosa, tímida, não permite que ninguém veja seu cabelo, mas não consegue esconder seu fascínio pela arte e deseja poder entrar nesse mundo. Ela consegue atrair a atenção do filho do açougueiro local e do rico e perigoso Van Ruijven - protetor de Vermeer.
A esposa de Johannes - Catharina -, é mimada e emocionalmente instável, sempre preocupada com sua gravidez, deixa os cuidados dos (muitos) filhos nas mãos de sua mãe ou da filha mais velha. Uma das filhas - Cornélia -, é insuportável e a autora soube muito bem como construí-la a fim de que os leitores a odeiem.
A narrativa é feita em primeira pessoa, sob o ponto de vista da Griet. O leitor acompanha seu amadurecimento, a difícil fase de deixar a infância para trás e tornar-se uma adulta responsável, descobrir o amor e tomar atitudes que podem mudar o rumo de sua vida para sempre. A leitura é deliciosa, com um ritmo bom, o enredo é delicado e belo. Ainda que com uma história curta, a autora conseguiu construir muito bem os personagens, cenários e dar o seu recado