Resenha madame bovary
Madame Bovary
Ano de lançamento: 1991
Direção: Claude Chabrol
Tempo de duração: 137 minutos
Pais de Origem: França
Titula original: Madame Bovary
Na tentativa de reproduzir fielmente Madame Bovary, lançado em 1857 por Flaubert, o diretor Claude Chabrol estudou a fundo o romance, fazendo pesquisas em cartas, ilustrações do romance, em paródias e até mesmo rascunhos do autor.
O diretor procurou locações para o filme que fossem as mesmas citadas no livro e, para o conteúdo escrito que não seria possível transmitir através de imagens, Claude utilizou em diversos trechos do filme o recurso de voice-over. Esse recurso foi explorado com o intuito de transmitir os aspectos literários da obra, aspectos estes que passados somente por imagens, não seriam tão fiéis. No filme ele tem basicamente a função de um narrador para esclarecer fatos que só seriam entendíveis aos que leram o livro.
Apesar do voice-over ser essencial em muitos trechos do filme, o recurso não foi útil para dar profundidade aos sentimentos dos personagens. Este é um ponto em que a obra de Chabrol peca. Algumas características de Emma, que ficam evidentes e são destacadas na obra de Flaubert, no filme são suprimidas. A personagem sonhadora, romântica, amante da literatura e da música fica invisível aos olhos de quem somente assiste a obra.
No livro fica claro para o leitor que a insatisfação de Emma, constante em todos os momentos de sua trajetória, é fruto da idealização permanente de uma vida que existia apenas nos romances. Na adaptação de Chabrol, no entanto, a protagonista aparece na maior parte do tempo como uma personagem apática. A frieza e a indiferença, interpretada por Isabelle Huppert, são apenas cessadas quando Emma está na presença dos amantes. Neste caso, a personagem aparece vívida e cheia de energia.
Na maior parte do filme Chabrol é fiel a história, exceto pelo início e fim da obra que são modificados no filme. O começo do livro, que retrata a infância de