Resenha Macunaíma
Camila Ferreira da Silva
Mário de Andrade é considerado um escritor completo e inigualável, um dos maiores renovadores da cultura nacional na primeira metade do século XX . Iniciou pesquisas e cursos de etnografia e folclore, desenvolveu estudos da língua. Com a semana de Arte Moderna de 1922, da qual foi um dos organizadores, seu nome se projetou em todo o país como um líder do modernismo... Enfim, com essa introdução nem tão “bajuladora”, mas sim até modesta se for levado em conta a tamanha importância que ele possui, tanto como formidável escritor, quanto de sua obra aqui citada: “Macunaíma o herói sem nenhum caráter”, ele torna-se fundamental para o entendimento da cultura brasileira como um todo , e também da própria evolução desta . Como é conhecido, “ Macunaíma” nada mais é do que uma bem organizada cópia de vários outros livros que variam desde culturas de povos indígenas que viviam nas margens do rio Orinoco até livros que retratam, com um pensamento filosófico, a realidade do capitalismo (“Não tem senão dois capítulos meus no livro , o resto são lendas aproveitadas com deformação ou sem ela...” - Mário de Andrade in: “ A lição do amigo”) . Sendo assim, Mário de Andrade retrata nesse romance - que é classificado com “rapsódia” (soma de temas tirados do povo), a realidade vivida pela sociedade brasileira no começo deste século, em que se percebe, quando comparada, que não é muito diferente da vivida atualmente (o começo e a perpetuação da dominação de outras culturas sobre a brasileira). O livro narra a história de um índio chamado Macunaíma (“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente... Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia...”) sua vida, seus “tropeços” e, em um determinado momento do livro, há uma ação que se torna o tema central do livro : a procura da pedra MUIRAQUITÃ - que nada