Resenha Lua de Larvas
FRANCISCO João Luís
GARDNER SALLY, Waldéa Barcellos.
Lua de larvas. –
São Paulo: editora WMF Martins
Fontes, 2014. A filha de advogados, disléxica, que teve dificuldades em aprender a ler e escrever
(somente aprendeu com 14 anos), SALLY GARDNER vem conquistando o público desde seu primeiro livro “The Little Nut Tree” publicado em 1993 pela Orion Book e premiada desde seu primeiro romance “I, Coriander”, ganhador do premio Smarties Prize em 2005.
Com uma linguagem simples e de fácil entendimento, porém sem deixar o texto monótono e pobre linguisticamente, o livro é um irresistível convite à leitura, que vai te prender da primeira à última página. Narrado pelo protagonista, Standish Treadwell, jovem com dislexia que vive com seu vô em meio a um governo totalitário. Standish é extremamente inusitado, o personagem começa a trama como um menino assustado e aparentemente “burro”, porém com uma imaginação muito fértil, vai crescendo na narrativa até se mostrar sagaz e se torna a ultima esperança de uma nação fortemente oprimida.
Dislexo e com Heterocromia ocular, o protagonista não tinha nenhum amigo até a chegada de Hector, sua chegada seu desaparecimento são pontos cruciais no desenvolvimento da história, deixando a mais densa e profunda. A descrição de um dos personagens da narrativa faz referência ao líder nazista Adolf Hitler e mesmo sem conter elementos que identifiquem
claramente o contexto histórico da obra, fica nas entrelinhas o conflito da GuerraFria, mostrado no livro entre a nação das CrocaColas, dos homens que dançam e rodopiam na chuva, se referindo à marca de bebidas CocaCola e ao clássico do cinema CANTANDO NA CHUVA para identificar os Estados Unidos, o e pais dele, que corre para ser o primeiro a pisar