A Concentra o Econ mica
Acreditava-se nos meios oficiais de JK que era possível realizar o desenvolvimento do país a partir de um centro dinâmico único, no caso São Paulo. O dinamismo desse centro irradiar-se-ia progressivamente contagiando as outras áreas e regiões do país. Como decorrência dessa visão, canalizou-se em função desse centro a grande maioria dos investimentos públicos em infraestrutura (energia e transporte, principalmente) O Sudoeste e o Sul representando 18% da superfície e 61% da população do país, eram responsáveis, em 1970, de acordo com os dados do censo, por 80% da renda nacional e 92% da produção industrial. Enquanto, por outro lado, as outras três regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste representando 82% da superfície e 39% da população do país, respondiam, no mesmo ano, por apenas 20% da renda nacional e 8% da produção industrial. A partir de 1956 a indústria passou a superar a agricultura no total da riqueza produzida. A par da concentração econômica na região Sudeste, ocorreu também acentuado impulso na concentração do capital em grandes empreendimentos econômicos industriais, comerciais, financeiros e agrícolas dando origem aos oligopólios. Assim, o capitalismo brasileiro, além de tardio, dependente e subordinado aos centros mundiais de expansão capitalista, tornou-se, também, no período JK, transnacional e oligopolista. A rápida expansão e acumulação permitiu que um pequeno número de grandes empresas assumisse o controle da produção e do mercado, nos ramos mais importantes da economia. As companhias multinacionais, controlando os ramos mais modernos e rentáveis da indústria o setor hegemônico adquiriu a capacidade de estabelecer o ritmo e a orientação da economia e do desenvolvimento. Embora de forma menos consistente, o governo JK conseguiu também sustentar os ganhos do trabalho. Na esteira da expansão econômica os trabalhadores também foram beneficiados, tanto através da geração de novos empregos