Resenha livro o caso dos exploradores de caverna
SÃO PAULO
2012
A obra de Lon L. Fuller retrata um caso fictício baseado em dois casos reais e polêmicos que se originaram de naufrágios em alto-mar, onde os sobreviventes se envolvem em homicídio. No caso U.S v. Holmes em 1842 o homicídio foi praticado para aliviar a carga do bote salva-vidas ameaçado pela superlotação e no caso Regina v. Dudley & Stephens em 1884 pelo crime de antropofagia[1]. No texto é observado o estado de desespero, a falta de esperança dos envolvidos, a escolha da vítima pela sorte, a simpatia dos réus e a comoção popular provocada na sociedade com base no estado de necessidade. O autor acrescenta ao caso questões de jurisdição e opiniões de médicos e engenheiro. Nesta situação é possível formar um juízo de valor, a favor ou contra diante dos argumentos dos cinco votos proferidos pela Suprema Corte. Este juízo se concentra na defesa da dignidade humana em confronto com as leis locais. A história se inicia no ano de 4300 no condado ou comarca de Stowfield[2] onde cinco membros da Sociedade Espeleológica (organização amadora de exploração de cavernas) adentram em uma caverna de rocha calcária e ocorre um desmoronamento de terra bloqueando a única saída da caverna. A ausência do retorno do grupo faz com que os familiares dos exploradores avisem a Sociedade Espeleológica que encaminhou uma equipe de socorro ao local, mas como o trabalho de resgate era difícil foi necessário o apoio do Estado e foi também realizada uma campanha de arrecadação financeira. No resgate dez operários morreram soterrados. A libertação só foi possível após trinta e dois dias depois que os espeleólogos entraram na caverna. No vigésimo dia foi descoberto que os “prisioneiros” possuíam uma máquina sem fio, capaz de enviar e receber mensagens e neste dia foi estabelecida uma comunicação então foi questionado quanto tempo levaria o resgate e a previsão dos engenheiros foi de aproximadamente 10