resenha livro o Brasil tem estilo?
Jack Lang, ex ministro da Cultura da França, destinou à moda um pavilhão no Louvre. Nos umbigos do planeta, moda é um bem social e cultural: moda é tecnologia e arte.
A moda no Brasil continua sendo encarada como um fenômeno cultural. Mas a desconsideração pela moda não vai diminuir sua importância no estudo dos costumes e nem sua importância na economia nacional.
Regina Guerreiro fala que “as pessoas acreditam que, para entender de moda, basta ser mulher ou homossexual, o que em si já enfatiza um preconceito contra a mulher e contra o homossexual. Esquecem que o vestir é o produto de uma cultura que atinge homens mulheres e ate crianças.”
Durante um bom tempo, para falar de futebol só se usavam termos técnicos em inglês, e o estilo brasileiro de jogar só surgiu quando os excluídos do jogo – leia-se os negros e pobres – começaram a praticar o esporte até então restrito a elite. O Corinthians, primeiro clube fora do circuito restrito “clube-fechado”, “colégio-seleto”, surge em 1910 e abre caminho para o Vasco, que causou escândalo no campeonato carioca de 1932 ao apresentar seu time repleto de mulatos, negros e pobres. O resultado? Ganhou o campeonato e repetiu a dose no ano seguinte. Segundo a reportagem. Começava a surgir um estilo brasileiro de jogar futebol.
A nossa moda, que veio originalmente da Europa, foi (e ainda é) assinada pela elite, que é quem possui voz ativa para determinar o que é gosto. Hoje, nos bancos das escolas e em cooperativas, começa a ganhar força a voz dos excluídos. Resta saber se essas vozes serão fortes o suficiente para vencer a mania do estrangeiro. A maior parte do nosso prêt-à-porter não passa de uma interpretação da moda francesa, inglesa, italiana, americana...!
Mas o poeta Carlos Drummond de Andrade já tinha percebido, em crônica publicada no jornal do Brasil de 27 de fevereiro de 1973, que moda é informação “...se