Resenha-lacoste
Yves Lacoste
A Geografia sempre esteve dentre as mais diversas discussões em relação a sua importância. Por um lado, é vista por alguns como mera disciplina memorizável. Por outros, como uma ciência que deve ser de interesse a todos os cidadãos.
Segundo o autor, a partir do século XIX passou-se a existir duas geografias: uma que já havia sido representada desde a antiguidade por suas condições cabíveis a propensão de auxílio aos poderios de Estado, que se utilizava dos recursos geográficos, como os cartográficos para a expansão de seu poder.
A outra, surge com um senso mais crítico, taxada pelos professores para o desenvolvimento de discursos para a mudança da sociedade e entendimento das ações, tornando a Geografia de uma minoria.
Na maioria dos países de poder autoritário, a Geografia não iniciou-se democrática. As formas estratégicas utilizadas pelo poderio militar não permitia que o restante possuísse acesso às informações cartográficas, pois, afinal de contas esta possibilidade tornaria o Estado vulnerável a difusão de manifestações por parte dos descontentes.
Para entendimento dessa “miopia”, condenada à Geografia nos dias de hoje, pode-se pensar que as raízes desse problema tem toda uma historicidade. A partir do momento que para os cidadãos comuns só necessitavam conhecer seu próprio território, inexistia então qualquer precisão de saber geográfico. A problemática surge quando os detentores de poder, dos reis aos comerciantes, passaram a buscar a expansão de seus territórios.
Assim, foram surgindo aos poucos, novos espaços, formas de produção, divisão do trabalho etc., que não permitem na contemporaneidade que a população massiva alcance determinados conhecimentos sobre suas inúmeras relações sociais.
Para não ignorar a existência de um saber geográfico, as grandes potências durante o século XIX introduziram a Geografia no currículo das escolas, no entanto da forma mais