Resenha crítica do livro a geografia – isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra, de yves lacoste (editora papirus, 1988, tradução de maria cecília frança).

3012 palavras 13 páginas
Resenha crítica do livro A Geografia – isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra, de Yves Lacoste (editora Papirus, 1988, tradução de Maria Cecília França).
José William Vesentini (*)
Editado originalmente em 1976 na França – e reeditado em 1985 com algumas correções e acréscimos, principalmente uma superficial autocrítica – este livro é considerado um clássico da chamada geografia crítica. Esta tradução foi feita a partir da edição de 1985, na qual o Autor manteve as suas idéias fundamentais e ao mesmo tempo procurou esclarecer determinadas dúvidas (ou responde a certas críticas) que a primeira edição havia suscitado. Na verdade, o Autor já tinha desenvolvido sua tese principal – aquela contida no título da obra, ou seja, que a “verdadeira geografia” é a geopolítica, que a geografia sempre serviu principalmente (embora não apenas) para fazer a guerra, para fins estratégicos – num artigo publicado em 1973 (1). Este livro retoma e amplia as reflexões contidas nesse artigo.
Tornou-se praticamente um consenso a afirmação segundo a qual esta obra de Lacoste – assim como a revista Hérodote, revue de géographie et de géopolitique, idealizada e dirigida por Lacoste, cujo primeiro número também saiu em 1976 – constitui o trabalho seminal da geografia crítica. [Não devemos confundir, como muitos fazem, a geografia crítica inicialmente latina com a geografia radical anglo-saxônica existente desde o final dos anos 1960, apesar de uma aproximação recente, já neste novo século, quando alguns poucos autores desta última corrente – tais como Tim Unwin, Nicholas Blomley e outros – passaram a falar na transição ou metamorfose de uma geografia radical para uma crítica com base principalmente nos escritos de Habermas e na incorporação de outras correntes críticas além do marxismo (anarquismos, pensamento pós-moderno, feminismo, etc.). Destarte, a geografia crítica desde seu início, com Lacoste e a sua entourage, buscou subsídios não apenas no marxismo (com reticências),

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