Resenha Jacob Gorender - a escravidao colonial
INSTITUTO DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
HISTÓRIA DO BRASIL I
Aluna: Gláucia Luany Neto
Resenha do capítulo “A Categoria Escravidão”, retirado da obra “O Escravismo Colonial”, de autoria de Jacob Gorender.
1. Propriedade e sujeição pessoal
A escravidão, segundo o autor, por si mesma não indica um modo de produção, tomando-se como exemplo a escravidão doméstica, e pode também ser complementar a diferentes modos de produção. Entretanto, esse sistema social pode dar origem a dois modos de produção distintos: o escravismo patriarcal (onde a economia é predominantemente natural) e o escravismo colonial (voltado para a produção de bens comercializáveis). Há de se entender que a escravidão desenvolveu-se em sociedades predominantemente agrárias, onde as condições de trabalho para esta classe eram favoráveis ao surgimento deste sistema.
Jacob Gorender, referindo-se à escravidão ocidental, afirma que o fator primário que a torna uma categoria sociológica é o fato de que o escravo se torna propriedade de outrem, uma “propriedade viva” - equiparando-se à força de trabalho animal não-humana – que se sujeita ao proprietário e às condições fornecidas por este. No que tange ao que chamamos de escravidão “completa”, há ainda dois atributos derivados do primeiro (propriedade): a perpetuidade, e a hereditariedade – o escravo é escravo porque nasce de uma mãe escrava, e permanece assim até sua morte. Gorender levanta neste ponto do texto a hipótese de que Karl Marx utiliza conceitos reminiscentes da filosofia da história de Hegel.
2. Coisa e Pessoa
Para Aristóteles: consideramos propriedade aquilo que está fora de nós e nos pertence. E o escravo, como propriedade, coisifica-se, apesar de ser também um ser humano. O grego ainda enfatiza que o escravo é um ser inferior por natureza, mesmo quando liberto.
De acordo com o autor deste capítulo, a contradição que existe no fato de o escravo ser coisa e ser também