Resenha Hípias Menor
O Hípias Menor é um debate ético entre Sócrates e Hípias que ocorre por meio de uma conversa que tem como base o engano e a mentira, a distinção do verdadeiro e do falso.
O Hípias Menor toca na questão do valor cultural e político.
Sócrates deseja perguntar ao sofista (Hípias) sobre a definição dada aos personagens Aquiles e Ulisses. A simplicidade de Aquiles deveria revelar sua sinceridade, e a duplicidade de Ulisses revelaria seu caráter enganador e duvidoso.
Hípias se limita ao tradicional quando se trata da interpretação dos dois personagens e seus caracteres, já Sócrates faz um exame mais sério e detalhista.
A enganação é o resultado de um ato voluntário e de uma escolha ponderada, por mais maldoso que tal ato seja, como admite Hípias desde o princípio, de que modo se pode concluir daí que o enganador Ulisses seja o pior homem e que Aquiles seja “o melhor dos homens [...]”.
Toda enganação resulta de uma competência teórica e de uma capacidade prática de coloca-la em ação. Quem engana é o sábio, que ao mesmo tempo aquele que é “bom” em certo domínio.
Se enganar é fazer mal, o “bom” faz o mal.
Principio fundamental da ética platônica, a qual a virtude e o saber coincidem, que à primeira vista se encontra em contradição: se a excelência moral coincide com o saber, e se ninguém faz o mal voluntariamente mas apenas por ignorância, porque aquele que possui este saber (que é a excelência moral) escolheria não fazer uso dele, como sugere Hípias, mas fazer o mal e enganar.
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