Resenha gênero lírico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS
DISCIPLINA: TEORIA DA LITERATURA I

Annielly de BRITO1

PORTELLA, Eduardo. 3.ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro Ltda. (p.97 – 106).

A essência lírica

“A essência lírica se manifesta nos fenômenos estilísticos próprios.” p.97
Expressar os conteúdos através da imaginação é fazer literatura, mas se analisarmos esses conteúdos, vamos ver que eles podem ser a expressão de um sentimento pessoal, onde predominam as sensações e o estado da alma do poeta. O poeta é um ser isolado, voltado para si mesmo numa espécie de autocontemplação. Quando aparece a paisagem interior é porque estimula uma maior interiorização de seu “eu”. Essas características são do gênero lírico.

“Pertence à Lírica todo poema de extensão menor, na medida em que nele não se cristalizarem personagens nítidos e em que, ao contrário, uma voz central – quase sempre um ‘Eu’ – nele exprimir seu próprio estado da alma (apud. Rosenfeld).” p.97

“É indiscutível a afetividade e a emotividade do clima lírico sempre ligado ao íntimo e ao sentimento, tornando fluida e inconsistente a relação entre o sujeito e o objeto, isto é, entre o eu e o mundo.” p.98 Diante disto, é perceptível que o gênero lírico é o gênero o qual sobressalta nossos sentimentos, transcende o real, enaltece o nosso subjetivismo.

Fenômenos estilísticos líricos

“O termo lírico originariamente liga-se a uma espécie de composição poética que os gregos cantavam ao som da lira.” p.98 Desde a divisão de gêneros na Antiguidade (épico, dramático e lírico), o último sempre esteve relacionado à musicalidade, logo, tinha-se a interpretação de um texto através da palavra cantada. Hoje, é possível enxergar uma forte presença do lírico nas canções de Chico Buarque, a exemplo Olhos nos Olhos, que possui o eu lírico representado pela figura de uma mulher. Além disso, observa-se também o uso contínuo de rimas, bem como repetições