Resenha Formação econômica do Brasil Celso Furtado
RELATÓRIO DE LEITURA Nº 2
O primeiro texto de Celso Furtado trata no Capítulo XXI do problema da mão de obra. O autor aborda a oferta interna potencial no Brasil. Na metade do século XIX, a mão de obra predominante da economia brasileira era escrava. O contingente de escravos era muito limitado devido à alta taxa de mortalidade, causada pelas condições de vida precárias às quais os mesmos eram submetidos. Diferentemente nos EUA, as condições de alimentação e trabalho eram relativamente favoráveis, o que favoreceu o crescimento da oferta de escravos.
O crescimento da demanda por mão de obra no sul do Brasil para as plantações de café fez com que grande parte dos escravos das regiões algodoeiras migrasse para o sul, causando defasagem de mão de obra no norte. Na Europa no século XIX estava ocorrendo forte industrialização e crescimento da população devido à maior assistência médica nesse período. Em contrapartida no Brasil, o crescimento era territorial, demandando cada vez mais mão de obra.
Nesse contexto percebeu-se a possibilidade de expandir a mão de obra no setor de subsistência que se baseava na pecuária e agricultura rudimentar. Esse setor era bastante disperso no país e as propriedades eram extremamente concentradas. O sistema de sesmarias transferia a posse das propriedades para poucos indivíduos.
O sistema de subsistência cresceu com o aumento das terras, resultando na redução da importância relativa da faixa monetária. Isso porque nesse sistema é baseado na unidade familiar (roça) que produz apenas o suficiente para sua sobrevivência, não dispondo, portanto, de capital. As técnicas de agricultura desse sistema eram rudimentares e as roças eram subordinadas ao proprietário da terra. Assim, o proprietário da terra se interessava em um número cada vez maior de unidades. No momento propício o proprietário poderia dispor de grande quantidade