RESENHA FILME O JU ZO
O filme nos revela o que realmente acontece com os menores infratores, uma verdade nua e crua da situação de adolescentes que já nascem no convívio do crime.
Crianças que desde pequenas já são agredidas diariamente por seu pais, que lhe impõem tarefas, responsabilidades, e medo. Famílias desestruturadas, sem referencias de padrões a se seguir, sem ter um porto seguro, que se afastam da escola e pagam qualquer preço pela sobrevivência, sem saber a gravidade desse preço.
Esses menores são presas fáceis para aliciadores, são explorados por sua inimputabilidade perante a justiça.
Adolescentes sem perspectiva de futuro, que romperam os laços familiares cedo, que muitas vezes preferem ir para uma instituição do que fica em casa.
Não possuem uma figura paterna que possam diferenciar amor de autoridade, e vivem de ação e reação, pois observam o dia todo a agressividade. Pais sem condições financeiras, que exploram seus filhos, e muitas vezes os tratam como desconhecidos, sem troca, sem afeto e carinho.
O que a sociedade espera desses adolescentes?
Cresceram em meio a tristeza, discriminação, e só vão desenvolvendo sentimentos como raiva, incapacidade, que somatizando a um estado psicológico só podem desejar vingar-se de sua própria condição de vida.
A juíza faz um maravilhoso trabalho no filme, papel admirável, pois além de exercer sua profissão, questiona os adolescentes de suas atitudes, buscando conscientizá-los da responsabilidade e conseqüência de seus atos.
Acredito que o sistema carcerário precisa ser reestruturado, não é apenas largar os jovens na “prisão” precária (casas de abrigo), fardados ao sofrimento e ira, precisam de condições básicas de saúde, acompanhamento psicológico intensivo e uma alteração em sua rotina, freqüentando a escola, aulas de música, arte e apoio para um trabalho remunerado, mesmo que seja como aprendiz, pois como irão sair do crime se não possuem dinheiro para comer.
Há uma frase que concordo em número e grau: - “O