Resenha filme olga
O filme Olga, baseado no livro de Fernando Morais a respeito da alemã comunista que foi mulher do líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes, enfim chegou aos cinemas. Com pinta de grande sucesso, com o rótulo de superprodução a arrebatar platéias e com a marca de um diretor de novelas consagrado – Jayme Monjardim, de Pantanal e A Casa das Sete Mulheres, entre outras.
A vida de Olga Benário Prestes foi digna de ser filmada. Revolucionária, amante do maior nome do comunismo no Brasil, viveu no período entre-guerras e sofreu pela sua condição de judia. Filha de uma família de classe média alemã, rompeu com a mesma para se dedicar à causa socialista, unindo-se ao governo revolucionário soviético. Olga, o filme, mostra desde sua saída de casa, ainda jovem, pela incompatibilidade com a postura da família até sua morte (sim, qualquer espectador minimamente informado sabe que ela morreu nas mãos de Hitler e seu regime nazista) numa câmara de gás em 1942.
Do Brasil ela se tornou conhecida e ganhou relevância histórica justamente por seu envolvimento com Prestes, o mesmo que se elevou contra o governo brasileiro na então chamada Coluna Prestes (uma referência apenas reverenciada no filme, que iniciou o contato e admiração de Olga pelo futuro esposo) e viveu quase a vida toda clandestinamente, preso ou perseguido por Getúlio Vargas. Seu romance com Prestes rendeu-lhe uma página de destaque na história do Brasil contemporânea, coisa que o livro de Fernando Morais engrandeceu e, num certo sentido, fez jus a seu nome.
O filme é formado por diversos flashbacks de Olga já presa e às vésperas de ser assassinada. De seu rosto sem cabelos, sofrido, mas que nunca deixou de transmitir emoção e compaixão. A atriz Camila Morgado, apesar de uma interpretação um tanto mecânica, tem seu forte justamente na expressão facial, especificamente em seus grandes olhos azuis. Seus olhos representam sua força e sua ambição, sua trajetória e seu sofrimento, seu desencanto