Resenha do filme Olga
Creio, ainda, que esse filme se enquadre na categoria de Cinema Médio. Embora tenha sido considerado como um sucesso de bilheteria e possuiu um orçamento milionário (por volta dos R$12 milhões), o filme se enquadra na maior parte das características desse padrão. São eles: posicionamento entre o cinema de nicho e o cinema para grande escala; estreia em muitas salas mas sem inundar o mercado – grande característica do longa -; e por último a incerteza quanto ao retorno de investimento – por se tratar de um filme que até certo porto é cultural, essa incerteza é sempre evidente.
O filme inteiro é contado por meio de memórias de Olga, que nesse momento se encontrava aprisionada em um campo de concentração nazista, em Berlin. Olga relembra-se do início da sua trajetória política, quando mudou-se para a capital junto com seu namorado, Otto Braun, devido aos conflitos ideológicos com sua família. Faz-se necessário ressaltar que durante esse período, a Alemanha passava por uma realidade pós Primeira Guerra Mundial e a instituição do Tratado de Versalhes. Surgiu no país então, um sentimento de humilhação que contribuiu muito para a queda da República de Weimar - que não era apoiada nem pela extrema direita, nem pela extrema esquerda - e a ascensão nazista. Simultâneo a esse período, uma suposta ameaça de golpe - o Plano Cohen, que hoje já se sabe foi forjado pelo governo Vargas para justificar a instauração de um governo autoritário - aterrorizou à população brasileira, culminando na ditadura do Estado