Resenha filme Nha Fala
I wanted people to see our Africa, the Africa of my dreams, the Africa that I love and that I would like my children to know one day. It is a happy Africa, where people dance, where can speak freely. It is my take on the future for a new generation. (GOMES, 2002, apud DEMBROW, 2007)
Na sua palestra O Perigo de uma História Única, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie discute as representações da África e dos africanos que permeiam o imaginário coletivo ocidental. Associado frequentemente com subdesenvolvimento, pobreza e sofrimento, o povo africano se vê carente de representações que não os essencialize de forma negativa. Assim, muitos podem pensar que o filme Nha Fala não é autenticamente africano. No entanto, estarão absurdamente enganados. Nha Fala é uma obra belíssima que tem na sua direção, no seu elenco, no seu roteiro e na história, a África que não aparece nos discursos etnocêntricos, arrogantes e falsamente piedosos produzidos e veiculados no Ocidente. Mas sim uma África feliz em busca de seus próprios caminhos. Ou seja, a África autêntica.
O filme conta a história da vida de Vita, jovem da Guiné bissau que ganha uma bolsa de cinco anos para completar os estudos na França. Vita herda das mulheres da sua família a sina de nunca poder cantar, pois as mulheres da família que ousam cantar com sua própria voz estão fadadas a morte. No entanto, em Paris, a jovem se apaixona por um músico francês e, estimulada por ele, acaba gravando um disco que faz um enorme sucesso por toda a Europa. Mesmo que muito entusiasmada pela novidade, o sucesso e o