Resenha filme Nascidos em Bordeis
Nascidos em Bordéis é um documentário que relata a vida cotidiana no distrito da Luz Vermelha, Calcutá. O filme é dedicado às mulheres e crianças que sobrevivem neste distrito/favela/bordel. Como fotógrafa, Zana Briski está engajada no uso da arte para a denúncia social. Ela escolheu como foco as mulheres que tem por herança, após gerações a "profissão" de prostitutas. Como cenário temos a prostituição, tráfico de drogas e bebidas ilícitas, violência, sujeira e pobreza. E por extensão as crianças, filhas e filhos dessas mulheres. Suas famílias.
Zana Briski se muda de Nova Iorque para o distrito da Luz Vermelha e fica morando com as prostitutas durante alguns anos. Ela é surpreendida pela curiosidade das crianças em ver como funciona uma câmera fotográfica, tirar fotos, serem fotografadas... E daí surge a idéia de que as crianças munidas de câmeras fotográficas pudessem retratar tudo que lhes chama-se a atenção, com o olhar delas. Zana resolve ensiná-las a fotografar e os resultados são emocionantes. E enquanto as crianças vão descobrindo essa forma de se expressar, os cineastas lutam para poder dar mais esperança e uma vida melhor a essas crianças, para as quais a pobreza é a maior ameaça à realização dos sonhos.
Zana acompanha nove crianças nascidas no bordel, e acaba se tornando professora, assistente social e amiga delas. A fotógrafa conseguiu levar as fotos capturadas pelas crianças a leilões em Nova York, realizou exposições na própria Índia, além de levar o menino Avijit a Amsterdã, para participar de um projeto internacional. Trazendo isso para a texto do Figueiredo, podemos ver que algumas éticas predominavam, tipo a união das crianças entre si, mas sabemos que Zana invadiu sem querer uma cultura e acabou fazendo estas crianças terem uma vida melhor, através de um olha ocidental. Isso infringe a ética em si como moradia.