NASCIDOS EM BORD IS

NOME: Tamara Carla dos Santos TURNO: Vespertino

RESENHA CRÍTICA

Nascidos em Bordéis
2004, de Ross Kauffman e Zana Briski
Vencedor do Audience Award Documentary no Festival Sundance em 2004 e do Oscar de Melhor Documentário em longa-metragem pela Academia em 2005, o filme Nascidos em Bordéis despe a vida das crianças do Distrito da Luz Vermelha, em Calcutá. Tais crianças, filhas de prostitutas locais, são contempladas com a presença de Zana – fotógrafa e co-diretora.
Ao presentear cada uma das nove crianças com uma câmera fotográfica e ensiná-las como manusear, a fotógrafa inglesa transformou os meninos e as meninas em fotógrafos incrivelmente sensíveis, fazendo com que elas se tornassem os olhos do distrito da Luz Vermelha.
Logo no início, dá-se a entender que Zana não chegou ao distrito com o intuito de ensinar Fotografia às crianças e sim para contar a vida das prostitutas. Porém, ao defrontar-se com a situação na qual os filhos de tais mulheres viviam, sua pesquisa tomou novos rumos.
Diante das condições de vida preponderantes na região, nenhuma dessas crianças teve a oportunidade, antes da chegada de Zana, de se manifestar de qualquer forma que seja. Era natural ver uma criança em situações como trabalhar para sustentar a família, não ser valorizada por seu trabalho, conviver com o medo constante de ser vendida a alguém pelos pais ou até mesmo ser obrigada a se prostituir. O medo as assombra porque elas vêem o que acontece com suas mães e outras meninas no distrito. Ao atingir certa idade, já não se tem mais escolha senão tornar-se uma máquina sexual vendida, sem margem de lucros, impossibilitada de promover uma mudança de vida. Uma vez que tornar-se prostituta é, por muitas vezes, a única herança que os pais deixam para essas filhas.
É deslumbrante a forma com a qual a fotógrafa conquistou tais crianças. Conseguir com que elas falassem de suas vidas de forma tão íntima, como